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Espaço Partilhado

2019

Rede tricotada em elástico têxtil, fio de pesca, ganchos metálicos, vídeo

“Espaço Partilhado” nasce do interesse pela relação que a matéria tem com o espaço e com o corpo e, neste caso, pelo espaço existente entre e envolvendo dois corpos. É uma metáfora para a relações que estabelecemos, não só com os outros, mas também com nós próprios, sabendo que, o dito espaço pessoal será sempre relativo e a uma certa altura, partilhado. Este espaço que é tão individual, ao estabelecermos uma relação com o outro, torna-se parte de um objeto e de uma teia maior, de algo flexível e maleável que, ao absorver outro espaço pessoal, cria um espaço comum, de convivência, dando aso a afastamentos e recuos. No entanto, por muito maleável que seja, essa teia exerce sempre uma força, que, podendo ser equilibrada ou não, retorna a sua forma original, unindo novamente os dois corpos.  

Esta peça, criada em tricô de braços, com cerca de 200 metros de elástico, tenta formalizar essa área de convivência, e esse espaço em comum, partilhado por dois corpos, que interagem com o mesmo. O uso do elástico reforça essa maleabilidade, mas também a força e a pressão que a peça, ou a relação, exerce sobre os intervenientes. O elástico, como matéria, foi quase óbvio na concepção do trabalho, pois, mesmo sendo um material têxtil, caiu muito em desuso, e mesmo quando usado, nunca era visível, sendo apenas usado no interior da roupa, para ajustar. O formato da peça e a forma que foi exposta pode, ao início, dar a ideia de corpo estranho, mas tento que, apesar disso, seja convidativa e que possa manter uma relação de curiosidade com o espectador. 

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